Ecos de Melbourne: Fábio Mesquita elege os destaques da 20ª Conferência Internacional de Aids

Postado em 08/09/2014

 A não cura do bebê do Mississsipi, que nasceu soropositivo, foi medicado e tido como curado mas voltou a ter carga viral detectável, foi um dos temas mais discutidos na 20ª Conferência Internacional de Aids, em Melbourne, na Austrália, no mês do julho. Foi o que contou Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais em videoconferência feita especialmente para falar de suas impressões sobre o evento. Iguais a ele, outros grupos da delegação brasileira que participou da conferência têm feito avaliações em encontros batizados de Ecos de Melbourne.



“A história do bebê não frustrou, mas iluminou a discussão sobre a cura da aids”, disse Fábio. A cura, aliás, foi tema dos mais importantes debates, segundo Fábio. Igualmente importante foi a discussão em torno das novas orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as chamadas populações-chave, destacou o diretor.



As novas tecnologias ali apresentadas também chamaram a atenção de Fábio Mesquita. “Há uma gama enorme de novidades”, contou ele. “Uma delas é uma máquina de teste rápido de quarta geração que tem janela imunológica de uma semana [permite detectar o vírus uma semana após a infecção]. Outra é uma maquininha que mede o CD4. E ainda foram apresentadas tecnologias móveis para medir carga viral, como as usadas para casos de diabetes.”



Os resultados apresentados sobre o autoteste, que a pessoa faz em casa, segundo Fábio, são os melhores, com sucessos comprovados na Grã Bretanha, nos Estados Unidos e na África do Sul. “Estamos trabalhando para adotar essa tecnologia aqui no Brasil”, continuou o diretor.



As grandes manifestações de ativistas, a discussão em torno do tratamento como prevenção (TAS), segundo ele já adotado em dez países, da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e da Profilaxia Pós -Exposição (PEP), a meta 90-90-90 (90% testados, 90% tratados e 90% com carga viral indetectável até 2020) foram outros destaques da conferência eleitos por Fábio Mesquita.



O diretor voltou de Melbourne certo de que a meta de 15 milhões de pessoas em tratamento no mundo até 2015 será superada. “Chegaremos lá com 17 milhões em terapia. Pela primeira vez na história da aids, uma meta será superada.”



http://www.agenciaaids.com.br/noticias/interna.php?id=22665