INDICADORES DA SIFILIS NO BRASIL No Dia Nacional de Combate à Sífilis, 15 de outubro, precisamos conversar sem preconceitos

Postado em 19/10/2022

Poucas doenças têm os dados históricos, os acontecimentos científicos e os elementos artísticos que a sífilis apresenta. E, apesar de todo o conhecimento e da disponibilização de diagnósticos, tratamentos, acompanhamento, rastreio, prevenção, materiais de comunicação e mídia junto à população, além das possibilidades de análises estatísticas e de vigilância em saúde pública, a sífilis continua acometendo de forma crescente pessoas em quase todo o mundo, seja em países de baixo, médio ou alto desenvolvimento econômico e sociocultural. Entretanto, o número de casos de sífilis, no Brasil, está há décadas acometendo cada vez mais nossa população. Seja adultos, gestantes ou crianças.

Os dados da doença no país não são precisos: a página de internet indicadoressifilis.aids.gov.br, mostra que em 2019, houve 155.975 casos de sífilis adquirida, 62.086 casos de sífilis em gestantes e 24.236 casos de sífilis congênita. Todavia, dados da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro revelam que, em 2019, só no estado, do total de 6.233 notificações de sífilis congênita 282 conceptos tiveram como evolução, o óbito por sífilis congênita, aborto ou natimorto.

“Quantas campanhas e reportagens existiram sobre sífilis nos últimos anos? E em muitas maternidades públicas das grandes cidades não há um dia sem ter um recém-nascido com sífilis congênita. Há maternidades privadas no Brasil que atendem, mas não notificam os seus pacientes com sífilis congênita. Enfrentamos então, os problemas de notificação e investigação adequada de cada caso”. O alerta é do médico, professor e responsável pelo Setor de DST da Universidade Federal Fluminense, Mauro Romero Leal Passos, curador da exposição sobre história, ciência e arte na esfera do tema sífilis.