Prevenção e controle das DSTs, hepatites e aids no interior são temas de mostra na Expoepi

Postado em 03/11/2014
O resultado de ações desenvolvidas em testagem para hepatites B e C durante evento em Maringá (PR) e do uso da penicilina benzatina e da participação do farmacêutico na adesão à terapia antirretroviral em Ribeirão Preto (SP) foram apresentados no painel “Vigilância, Prevenção e Controle das DST/HIV/Aids e Hepatites Virais” , nesta quarta-feira (29), na 14ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), em Brasília.
 
Edilson de Oliveira, da Secretaria Municipal de Saúde de Maringá (PR), demonstrou as ações desenvolvidas nas 41ª e 42ª Expoingá (exposição de feira agropecuária) com os trabalhos de testagem rápida para as hepatites B e C. “Queríamos caracterizar o perfil epidemiológico e laboratorial dos que passaram pela testagem e apresentar os dados aos órgãos de saúde, além de estimular o público a realizar constantemente os testes”, explicou.
 
Em 2013, sete testes tiveram resultado positivo para hepatite B. Em 2014 foram 16. Para hepatite C, apenas um caso em 2013 e cinco em 2014. Nos dois eventos, 1.249 pessoas se submeteram à testagem (647 em 2013; 602 em 2014). A faixa etária com maior participação foi a do público entre 18 e 35 anos, sendo 47,9% em 2013 e 54% em 2014.
 
Em 2013, 49% eram pessoas entre oito e 11 anos de estudo. Já em 2014 a procura foi maior pelos que afirmaram ter acima de 12 anos de estudo (31,9%). “A testagem em evento deste porte mostrou a participação espontânea do público que, por uma série de razões, acaba por não se submeter aos testes mesmo que disponíveis no serviço de saúde”.
 
A garantia de acesso ao tratamento da sífilis na atenção primária foi tema da mostra da pesquisadora Fátima Lima Neves, da Secretaria Municipal de Saúde de Ribeirão Preto (SP). “O trabalho visa estabelecer um sistema de informação do registro do uso da penicilina para o tratamento da doença”, afirmou. O estudo partiu da verificação do aumento anual dos casos de sífilis na região. “Tínhamos o tratamento, mas não havia informação precisa”, disse.
 
O caminho, segundo Fátima Neves, foi realizar buscas pelos resultados dos exames de todas as unidades básicas de saúde do município e catalogá-los em sistema informatizado. Segundo ela, o registro catalogado dos casos permitiu que o Programa DST/Aids passasse a se tornar referência para análise dos exames, tratamentos indicados e registro de dados. “O sistema tornou-se ferramenta na busca pela diminuição da sífilis congênita em Ribeirão Preto.”
 
Antirretroviral 
 
A atuação do farmacêutico na adesão dos pacientes à terapia antirretroviral foi tema da pesquisa de Lilian Primo, da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. “O objetivo do trabalho era verificar se a presença do farmacêutico estimularia a adesão ao programa”, afirmou. Dos 120 pacientes convidados, nove se recusaram a participar, 16 abandonaram a pesquisa e 95 seguiram até o fim. Dos 95 que concluíram a pesquisa, 63 deles já faziam uso do antirretroviral há um ano e outros 32 estavam em estágio inicial do tratamento.
 
Os pacientes tiveram acompanhamento por um ano, a partir do final de 2012, e eram consultados individualmente e com visitas ao farmacêutico em datas consonantes às visitas aos médicos nas unidades básicas de saúde de Ribeirão Preto (SP).
 
Antes da pesquisa, entre os pacientes que já faziam uso do medicamento, apenas 16% deles faziam a retirada regularmente. Após um ano de acompanhamento com o farmacêutico, 57% passaram a fazer a retirada de forma regular. Entre os que estavam iniciando o tratamento, 69% dos pacientes retiraram o medicamento periodicamente.
 
Os dois grupos de pacientes receberam, durante o acompanhamento, calendários, porta-comprimidos e despertador, além de serem avisados por mensagens pelo celular sobre as datas em que deveriam apanhar os medicamentos na unidade de saúde. 
 
“O recurso dos torpedos otimizou as retiradas”, afirmou Lilian Primo. “A proposta desse trabalho ofereceu ao paciente atendimento especializado para melhorar a compreensão sobre seu tratamento e melhorou a adesão ao uso dos antirretrovirais”, afirmou. “Além disso, o paciente passou a se adaptar ao medicamento na sua rotina diária e demonstrou que a presença do farmacêutico estimulou o uso constante do antirretroviral”, finalizou.